sábado, 8 de agosto de 2015

O que é ser pai



Em seu livro um “Um rosto para Deus?” Maria Clara Bingemer afirma:
 Assim como abundam os estudos sobre as conseqüências da privação do cuidado materno, não é dito o bastante sobre os efeitos devastadores da falta da figura paterna, que faz tanta ou mais vítimas que a primeira. Algumas enfermidades atuais, como anorexia, bulimia, dependência tóxica, que estão liquidando as últimas gerações de filhos, podem ser vinculadas diretamente – segundo os últimos estudos da psicologia – ao vazio da figura paterna; (...) estar privado do pai equivale a estar privado da espinha dorsal .
            O propósito deste texto é elaborar a figura de um pai exemplar. Um pai capaz de dar aos seus filhos/as cuidados necessários para o desenvolvimento moral, social e espiritual. Na busca de um paradigma. Buscamos no Deus da Bíblia traços importantes sobre a figura paterna. Depois de apresentarmos estes traços aplicaremos os mesmos a nossa realidade.

Traços paternos de Deus

  Amor – na Bíblia este substantivo expressa a essência do caráter de Deus (1Jo 4.16), “... é aquela parte da sua natureza que O move a doar-se a se mesmo, em termos de afeição, e a manifestar Seu interesse em atitudes de cuidado e auto-sacrifício pelo objeto do Seu amor”.

 Cuidado – Deus nas Escrituras se manifesta como pai atencioso com os seus filhos. Ele valoriza a vida do ser humano em sua completude. Satisfaz todas as necessidades físicas, morais, espirituais (Mt 6.25-34).

Proteção – encontramos na Bíblia metáforas que revelam Deus como protetor dos seus Filhos. Dentre elas citaremos o salmo 91.4 que diz “De suas asas ele faz para ti um abrigo, e debaixo da sua plumagem te refugias”. O poeta neste salmo compara Deus a um pássaro que oferece amparo, conforto, e assistência para os seus filhos em todos os momentos. 

Perdão – “... é dado por Deus a alguém que é totalmente indigno de recebê-lo. Este perdão não é parcial ou condicional; pelo contrário, ele é completo e imparcial, restaurando novamente o ser humano com Deus”. 

Companheirismo – significa que Deus como pai esta com os seus filhos em todos os momentos. Não os abandona e nem se esquece (Is 49.15) dos seus, pelo contrário, Deus promete acompanhá-los e conduzi-los até o fim (Sl 23.4,6; 48.15).

Intimidade – reflete a amizade profunda do Divino com o ser humano ao ponto de Deus partilhar os seus segredos com o homem (Gn. 18.17; Tg 2.23).

Disciplina – No Grego do Novo Testamento esta palavra disciplina significa paideia. Strong define como: “todo o treino e educação infantil que diz respeito ao cultivo de mente e moralidade (...) instrução que aponta para o crescimento em virtude” O escritor aos Hebreus no capítulo 12. 5-11 ensina que Deus como pai disciplina ou corrige os seus filhos. Sua disciplina visa à educação, moralidade e justiça.

Aplicação

            Segundo a Bíblia os seres humanos foram feitos “imagem e semelhança” de Deus. Isto significa que nós humanos e de forma especial nós pais, temos traços ou qualidades em nossa natureza que caracterizam “imagem e semelhança de Deus”. Por exemplo, amor, bondade, espiritualidade, etc... Com isso acreditamos na possibilidade de usarmos estes traços acima citados e aplicá-los em nossas vidas.

Em primeiro lugar como pais, somos a encarnação do amor de Deus. Os nossos/as filhos/as precisam deste amor encarnado que se manifesta por meio da fala, gesto e ação. Segundo, eles/elas precisam de cuidados especiais, por isto se faz necessário não só cuidar da alimentação e vestuário é preciso gastar um pouco do nosso tempo com os nossos/as filhos/as, dando-lhes carinho, afeto, atenção. Quanto tempo, temos dedicado ao nosso oficio de pais?

            No terceiro lugar vem à proteção, precisamos ser “asas” de refugio, abrigo e amparo em todos os tempos e momentos. Que estes/estas encontre em nosso abraço, alento e segurança física, mental e espiritual. Em quarto lugar, assim como Deus manifesta perdão devemos fazer o mesmo com eles/elas. Quinto lugar somos companheiros ou estrangeiros para os nossos/as filhos/filhas? Participamos de suas atividades? Estamos presente no dia a dia deles/delas?

Sexto, nossa intimidade deve refletir profunda amizade, lealdade e respeito. Por fim disciplinar não é agredir ou espancar física ou emocionalmente, mas é uma oportunidade de ajudá-los/as a crescerem e desenvolverem características morais, sociais e espirituais.            









Nenhum comentário:

Postar um comentário