terça-feira, 8 de setembro de 2015

O caminho chamado vida

 Edson Pereira


A vida não um retrato – estático, fixo, imóvel – é movimento, fluxo, devir, caminho... E caminho é uma das melhores definições para a vida. Pois indica percurso, movimento, direção, etc. Isto não significa necessariamente que conhecemos este percurso ou direção, contudo, estamos sempre em movimento.  
É no caminho, neste percurso ou direção que chamamos de vida que somos surpreendidos com alegrias, belezas, encantos, paixões, afetos, novos horizontes, perfumes, gostos e contraditoriamente, neste mesmo caminho, somos surpreendidos pela tristeza, feiura, desencantos, decepções, desafetos, horizontes passados e carregados de desilusões, perfumes que exalam cheiros desagradáveis e gostos indesejáveis.
 E o que mais nos chama atenção neste caminho chamado vida é que estas experiências muitas vezes não são frutos de nossas escolhas, elas simplesmente acontecem, surgem em nosso caminho, não pedem licença ou perguntam se é do nosso agrado. E muitas vezes o caminho chamado vida nos provoca medo, ansiedade, etc.
E a razão é que não sabemos o que virá pela frente. Deve ser por isso que o ser humano em razão do medo pelo que pode vir pelo seu caminho criou os oráculos, que podem com a ajuda dos deuses darem direção e até mesmo sentido ao caminho chamado vida. Contudo, mesmo com a ajuda dos oráculos e dos deuses o caminho ainda é obscuro, incerto e cheio de bifurcações.
Nada é certo, seguro, estável. Existem apenas possibilidades e não garantias. Por que o caminho é enigmático, desconhecido e traiçoeiro. Não respeita códigos pré-estabelecidos, normas, regras ou sugestões. O caminho chamado vida apenas acontece, não de forma programada, mas de forma dinâmica e vívida.     
O que nos resta é apenas viver a vida como ela é ou nos apresenta, a cada passo que damos pelo desconhecido e enigmático caminho que é própria vida, e mesmo diante do caos, das contrariedades, pedras, espinhos, bifurcações que muitas vezes causam tristeza, solidão, depressão, perdas, sofrimento, dor e até mesmo morte. É a mesma vida que nos brinda todos os dias com uma nova jornada e novas possibilidades e parafraseando o poeta à vida continua e se entregar aos flagelos que nos assaltam pelo caminho é uma grande bobagem.       
        

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