quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Diário de um dissidente



Por uma teologia da negação




A linguagem simbólica dos ícones é de uma dimensão profunda, que vai além da letra morta dos dogmas engessados do cristianismo como: inspiração e infalibilidade da escrituras - a bíblia. A linguagem simbólica perpassa toda verbalização escrita e, dimensiona, a questão do divino, da transcendência, isto é, Deus - como questão última - que vai além da racionalidade fria e calculista, da teologia e filosofia, que ao longo da história se cristalizaram em dogmas. 
Na imagem, temos uma teologia, teologia da negação, ou seja, apofática. Termo que dentro  da tradição cristã, grego-oriental, aponta para a questão da incompreensão do Divino e de sua incomunicabilidade. O que contraria a tradição sistemática, e por isso dogmatizada das escrituras. Tomo distância da tradição cristã grego-oriental, no momento em que o texto sagrado - Bíblia - que é um testemunho de fé. E neste sentido,a fé: é anterior à bíblia e, portanto, a pressupõe. Colocam o texto como palavra de Deus em sentido literal. Só a dimensão da fé, em sua linguagem simbólica, que não se esgota em si, comunica uma linguagem profunda, enquanto o texto, a bíblia: é uma sistematização da fé, que ao longo da história da igreja cristã e do seu pensamento, foi construída dentro de um contexto teológico e político e de cunho apologético.

Edson Pereira

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