Mutatio, sempre mutatio
Diferente
dos gregos e de sua tradição filosófica e política, nós de uma herança cristã,
com elementos helênicos, além do judaísmo como semente germinadora do cristianismo,
que depois de Agostinho elabora um sistema de história onde o passado aponta
para o futuro, como um telos, um
destino determinado pelo divino. Isso na filosofia da história vai se
consolidar com Hegel.
Contudo,
o telos cristão, que fundamenta sua
escatologia visava uma manifestação do Reino Deus iminente, não séculos depois,
o Reino e sua insurgência se da no presente, evocando a promessa do passado e
reivindicando a liberdade humana no futuro, isto é, sua salvação, e porque não
dizer emancipação em sua plenitude: individual, social e espiritual.
A
história seja ela em sua dimensão grega, cíclica de tempo; ou cristã de telos, não abarca a plenitude da
existência humana. O que temos de história é fragmento, partes de um todo
desconhecido e pouco explorado.
Nisto
as hermenêuticas e metodologias quando não tomadas como dogmas infalíveis de
verdade, são fundamentais na busca do conhecimento historiográfico, contudo, a dimensão
do todo, do conhecimento, perpassa toda pretensão metodológica.
Depois
da modernidade o conhecimento, a verdade: é uma partícula do todo. E isto
dentro do campo científico, metodológico é inviável. A ciência moderna esta se
borrando de raiva por causa disto, embora detenha sua hegemonia, por parte, ou
decorrente das grandes indústrias que financiam suas pesquisas ditas
científicas.
A
história é telos segue um destino
traçado pelos seres humanos dentro do tempo e do espaço; o tempo, contudo, isto
é, o universo e toda a sua extensão, transcende o telos, sua dimensão não está condicionada a dimensão humana. É anterior
e posterior independente de toda ação humana. Mutatio, sempre mutatio.
Edson Pereira
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