sábado, 23 de junho de 2018

Diário de um dissidente


A ciência de hoje é estranha! É igual a cabeça de uma hidra que está ligada a um único tronco,isto é, o ser humano, mais em nada se parece com ele. E pior, cada cabeça diz o que é o seu tronco, em contradição as outras. 
A especialização é hoje na forma de ciências essa hidra. Onde só quem é formado na área tem autorização pra falar sobre o assunto. Doutra forma, o diploma é essa garantia.
Por isso, ninguém é autorizado a falar em determinados assuntos mesmo que domine, se não tiver um diploma que ateste. 
Não é sem razão que hoje a humanidade está fragmentada. Quem disse que pra falar em matemática eu preciso ser formado em matemática? Ou história, teologia, física, química, filosofia, geografia?

Quem foi o jumento que disse isso? Para conhecer estas disciplinas quem estabelece os pressupostos? As instituições? Universidades? As ciências? A religião? O Estado? Quem veio primeiro o homem do conhecimento ou conhecimento do homem?

Essas emburrece o ser humano quando tenta adestrar com sua espiteme metodológica. Se seu professor lhe ensinou ou vc aprendeu assim, manda ele perguntar dentre tantas e infindas referências que tenho, vou citar só uma: Albert Einstein. 
Caso ele responda a causa, o que é  muito comum na cabeça dessas hidras,  e diga: que Albert Einstein é  um caso a parte; pergunte a eles: o que constituia e era formada a sua humanidade e qual substância dele, difere da sua?

Diário de um dissidente

O olho do Ciclope 


A alienação da religião por causa da verdade na qual se impõem como portadora da sua razão, emerge da mesma cegueira  da ciência moderna: por causa da sua razão como verdade.
 Isso faz lembrar o problema da linguagem que surge com seu status epistemológico da verdade em que estas duas estão correlacionadas.
 Sobre isso, a mitologia se revela em sua sapiência mais realista do que é a verdade.E Homero inspirado pelas Musas ilustra muito bem isso com a narrativa do Ciclope Polifemo.
 Aquilo que consistia sua deficiência, se tornou a causa da sua realidade. E o seu problema: o olho. Eram insignificantes  vista em sua perspectiva como domínio e controle da verdade, como se mostrou no caso de Ulisses.  Bastou apenas uma conversa em que a vida e a morte estavam em jogo, no qual se constituía o problema de ambos,  um pouco de vinho, conjugados na palavra, para iludir Polifemo. E aquilo que era a garantia da sua realidade, o seu olho, foi tragado por Ulisses com uma estaca.
 Robou àquilo que consistia a causa da sua realidade, na qual estava condicionado, isto é, o seu olho. Quando acordou da sua embriaguez percebeu que a causa da sua razão lhe foi tomada; e desde de então em sua cegueira, evoca sua origem divina.
E para mostrar sua fraqueza faz imprecações contra aquilo, que tanto era sua razão como causa e a causa da sua razão, a visão: na qual a percepção da sua realidade estava condicionada.

domingo, 10 de junho de 2018








Vai uma dica pra quem quer escrever

Se você se acha incapaz de escrever um texto, escreva no seu Face book, pelo menos 5 ou 8 linhas por dia, te trará muito resultado.
Para isso, pense sobre um assunto que te chama à atenção! Depois analise e pesquise, sobre o assunto. Em seguida, relacione com sua vida: individual, social e espiritual (em sua etimologia original). Pronto! Você tem o tema: é a primeira parte do seu texto.
Em seguida, você introduz o assunto relacionado ao tema. Na sequência explique o que você disse sobre o tema na introdução como objetivo, que expõe o assunto, sobre o problema de forma geral, ou como é chamado: objetivo geral. Por fim, relacione o que você desenvolveu, teceu, como uma bordadeira, que fazendo uso de suas mãos, tece os fios através da agulha, para dar forma, estilo e por fim, como resultado: beleza ao seu bordado, isto é, o assunto, no qual seu texto vai refletir, nos tópicos que você vai desenvolver. Você vai especificar, de forma mais profunda sobre aquilo que falou na introdução, isto é denominado - objetivos específicos. Depois, aponte sobre o problema do tema, em que você tratou nos objetivos específicos e faça suas: considerações "finais" ou "conclusivas", sobre o que você desenvolveu, tecendo cada parte, a partir do todo: tema, objetivo geral, específicos e sua reflexão - como resposta para a questão levantada, problematizada no tema, como resultado de sua análise e pesquisa, correlacionadas com sua existência como ser: individual, social e universal, no qual todos participam e são interdependentes.
No entanto, não é tão simples assim, para quem não tem o hábito de ler, pensar e relacionar com a sua vida (principalmente por si), contudo, isso é possível, você é capaz, é só querer e persistir!
Outra questão! A coisa fica ainda melhor, para quem ver o saber-conhecimento, como sabor, no qual sentimos gosto, fome, desejo de comer, de quero mais...
Sim! E por último, não esquecer, que excesso de leitura, não te fará mais inteligente e muito menos, conhecedor dos assuntos relacionados ao tema, mas superficial. Te fará um papagaio tagarela, fala mas não tem segurança e clareza sobre a questão, e quando fala, busca muletas intelectuais, não para fundamentar seu pensamento, mas para ocultar sua ignorância sobre o assunto, pois seu conhecimento é raso, como uma planta colocada num vaso, no qual suas raízes não podem ter profundidade, estão fora daquilo que é o seu todo, seu útero materno, a natureza, a terra, cujas raízes se perdem na sua extensão.
Ao contrário da maioria dos que pensam, e buscam conhecimento apenas para mostrar aos outros que é intelectual e superior em inteligência, ou porque tem uma "formação" acadêmica, ou seja, um diploma referenciado pelo MEC são apenas reprodutores e copiadores de informação, não sabem fazer uma poiesis, isto é, criar um texto no qual reflita sua percepção individual sobre o assunto.
Relacionando com sua vida, correlacionado ao assunto, busque com paciência e cuidado, para chegar a fundo sobre a questão, que nunca se esgota, e consequentemente, terás mais clareza e originalidade. Como diz o matuto: não caia nesta besteira. É melhor, a partir de percepções extraídas da sua existência em correlação com os textos de autores que pensaram sobre o assunto, principalmente os clássicos, são eternos, e - tocam a nossa existência, do que ficar se empapuçando de tudo aquilo que é "novo" e breve, assim como é o mercado de consumo da sociedade atual, que esse "novo" tanto representa (lógico, tudo tem exceções), infelizmente.



quinta-feira, 7 de junho de 2018

Diário de um dissidente

     
O grande problema do ser humano na busca de segurança, como resposta às lacunas existenciais, que se impõe tanto externa, como internamente em sua vida, o leva a criar meios, formas pelas quais possa dar sentido a sua existência.
Decorrente disso, podemos apontar o exemplo da linguagem. Nela está manifesta as nossas crenças, que depois de tanto falada, seja na forma oral e escrita, encarna na consciência humana como verdade. Consequentemente, as palavras que são apenas uma forma humana, que dado às condições efetivas, na busca de sentido, torna-se o próprio sentindo. Daí porque as pessoas acreditam tanto nos discursos que geralmente constroem a realidade, como se aquilo que foi dito, como um conceito, agora é verdade e realidade.
A imagem dessa mulher abaixo ilustra bem sobre o que estamos falando.

Podemos ver a "realidade" a partir de perspectivas, que apontam a incapacidade da linguagem e descrever a realidade, doutro modo, o próprio ser humano e o todo, a sua volta. Vejam que a na própria imagem tem outra imagem: é como se alguém observasse o que ocorre com aquela mulher, contudo, sem aquela mulher ter percepção de está sendo observada.
Quando se fala em ditadura militar, direita, esquerda, violência, terrorismo, política, economia, educação, religião, etc. Vem a primeira pergunta: o que está em jogo? Os discursos criados representam a realidade em seu sentido amplo? Esse discurso abarca toda a realidade como a imagem abaixo em suas perspectivas? Será que o discurso atual reflete essa visão do todo no qual requer um olhar perspectivo? A realidade só pode ser apreendida com uma perspectiva? Apenas o discurso dominante é verdadeiro, assim como sua oposição? Só existe estas perspectivas?
O método científico que emana do pensamento cartesiano e newtoniano, distorceu a visão e compreensão do ser humano e dá vida, em todas as suas dimensões.
A partir do momento em que começou a fragmentar a realidade, isto é, do método indutivo, no qual o particular é a forma de se compreender o todo, no entanto, evidencia-se aquilo que as mitologias antigas e filosofias do Oriente e Ocidente, já tanto apontava,  junto aos antigos digo: "nada novo debaixo do sol".
A compreensão da "realidade" não se dá a partir de um particular, mas do todo, no qual este é apenas uma parte. Isso é frustrante para o discurso fragmentado neste modelo de mundo em que o principio geral, é o particular, em detrimento do todo, os discursos que estão em jogo não é a verdade, a realidade em si. Dentro desta perspectiva, consideramos impossível uma única fala como estatuto da verdade, seja ela científica, religiosa, política, militar, social, etc.
O mito da Torre de Babel é um belo exemplo disso. Quando os homens queriam alcançar o céu com a aquela torre, a Hybris divina se manifestou. E o castigo foi a confusão na comunicação, em que ninguém entendia o que o outro falava. A Torre de Babel, parou, estacionou, decaiu, entrou em crise e depois no colapso. A sabedoria dos mitos é clara: se existe uma verdade ela não é patrimônio de ninguém e ninguém conhece a sua fala, isto é a verdade em si.
Do outro lado, a ciência nos ajuda muito sobre isso, quando diz: o que acontece nos buracos negros é apenas um exemplo do nosso limite verdade, as categorias de tempo e espaço, no qual existimos são tragadas, logo, estas categorias que ajudam e dão forma para o pensamento racional, naquele estado são inúteis.
Aqui em casa certa vez um iluministas francês, “iluminado pelo poder da razão” e do protestantismo calvinista, se deparou com um índio tupinambá, este lhe deu uma lição de conhecimento científico que infelizmente só foi agora que a física quântica demonstrou: que somos parte de um todo e a ele estamos ligados. Na própria matemática encontramos essa ideia na teoria dos conjuntos. Em que a parte contém o todo, e no todo, a parte esta contida.  
 Minha analogia ė como a morte - todo ser humano fala dela, mais até agora: nenhum cientista, político, militar, socialista, religioso, revolucionário, filósofo, ou qualquer outro: a, os, as e "ismo" fez este tipo de experimento consigo: - para depois voltar e falar como é do outro lado, na verdade até agora lançaram foi "os outros" e só a partir "desses outros", é quem dizem ser "a voz do geral", isto é, da verdade.
Tem um ditado cristão antigo que diz: "O vento sopra onde quer... ouves seu rumor, porém não sabes de onde vem, nem para onde vai”... 

Heteroloquia