sábado, 23 de junho de 2018

Diário de um dissidente

O olho do Ciclope 


A alienação da religião por causa da verdade na qual se impõem como portadora da sua razão, emerge da mesma cegueira  da ciência moderna: por causa da sua razão como verdade.
 Isso faz lembrar o problema da linguagem que surge com seu status epistemológico da verdade em que estas duas estão correlacionadas.
 Sobre isso, a mitologia se revela em sua sapiência mais realista do que é a verdade.E Homero inspirado pelas Musas ilustra muito bem isso com a narrativa do Ciclope Polifemo.
 Aquilo que consistia sua deficiência, se tornou a causa da sua realidade. E o seu problema: o olho. Eram insignificantes  vista em sua perspectiva como domínio e controle da verdade, como se mostrou no caso de Ulisses.  Bastou apenas uma conversa em que a vida e a morte estavam em jogo, no qual se constituía o problema de ambos,  um pouco de vinho, conjugados na palavra, para iludir Polifemo. E aquilo que era a garantia da sua realidade, o seu olho, foi tragado por Ulisses com uma estaca.
 Robou àquilo que consistia a causa da sua realidade, na qual estava condicionado, isto é, o seu olho. Quando acordou da sua embriaguez percebeu que a causa da sua razão lhe foi tomada; e desde de então em sua cegueira, evoca sua origem divina.
E para mostrar sua fraqueza faz imprecações contra aquilo, que tanto era sua razão como causa e a causa da sua razão, a visão: na qual a percepção da sua realidade estava condicionada.

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