sábado, 11 de abril de 2015

Sem o brilho dos olhos

Edson Pereira
 
Quando falamos em brilho no olhar não queremos dizer de luzes que refletem sobre os olhos, mas nos referimos ao brilho que vem das entranhas da alma que emite luzes tornando os olhos em faróis onde é possível ver à origem da luz. Luz essa que revela vida, alegria, desejos, esperanças, realizações...

Sendo assim quando este brilho não emite luz é porque a alma esta com algum problema. Problema este que faz o brilho dos olhos opaco, sem forma, sem vida. O que torna quase impossível saber realmente o que estar acontecendo.

Contudo, se o brilho dos olhos revela vida, alegria, desejos, esperanças, realizações... Essa penumbra envolta da alma também manifesta, que quando o brilho dos olhos é ofuscado, significa que a vida perdeu sua graça, beleza... Tudo em volta já não é o mesmo, é tudo tão estranho e diferente! Os desejos instintivos e intelectuais não passam de passado... Alegria é utopia perdida... 

Não existe esperança, porque não existe mais horizonte... O mundo não tem mais beleza, as flores não tem mais perfume, a comida não tem mais sabor, a lua e as estrelas perderam o seu sentido de belo e poético e o sol nem mesmo reflete no olhar porque deixou de brilhar. É vida sem sentido, é vida sem fé. E se não tem fé é porque Deus não é mais significativo, foi ofuscado, destronado pelas trevas em volta da alma. 

O que sobra é caos, angústia, medo, dor, sofrimento. Vida e morte tornam-se tênue, são polos distantes que se aproximam e em algum momento se confundem. É limbo onde se é lançado em uma imobilidade física e emocional. E como Íxion que foi condenado por Zeus a passar a eternidade preso a uma roda cercada por serpentes de fogo, assim se encontra alma sem sua luz.



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