quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A liberdade do Logos, Pathos e Ethos



Edson Pereira

  A vida humana não é meramente bios, mas um ser, constituído de existência. Primeiro por que a sua existência é forjada a partir de uma cultura (ou culturas) com costumes, línguas, códigos de conduta, religião, etc. Segundo, este ambiente cultural por ser anterior é também exterior ao ser humano que ao nascer encontra tudo “pronto e acabado” e lhe transmite inconscientemente uma sensação de que tudo aquilo por ele visto e experimentado é “normal”.
            Contudo o ser humano é um logos, ser racional, crítico, condenado a pensar e a questionar, por isso usa a linguagem para comunicar – transformar o logos em linguagem – o que pensa. Outra característica do ser humano é o pathos – paixão, emoção - agir impulsivamente. É ethos – conduta, comportamento – é caminho que deve ser seguido.  
            Porém em decorrência da força ideológica da cultura essas características – logos, pathos e ethos – podem ser controladas ou até mesmo reprimidas. A liberdade que é peculiar ao ser humano a partir dessas características pode se tornar uma prisão marcada ou formada a partir de estereótipos que mascaram a realidade do ser humano.
 Cria-se uma imagem de mundo totalmente diferente da realidade. E o senso comum generalizado se encarrega de tornar as coisas como se elas fossem sempre assim, condenando logos, pathos e ethos a uma realidade totalmente diferente da sua essência.
Por isso o ser humano entra em crise. Seu interior - personalidade e caráter – mesmo que sejam forjados a partir da cultura que lhe incute o que pensar, fazer e se comportar é insuficiente. Ele questiona os valores e dogmas estabelecidos que até então nunca foram questionados.
Razão e empiria se juntam em busca de alcançar a liberdade que é peculiar ao ser humano. Neste contexto a alteridade permite uma reflexão tanto interna como externa do ser. 



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