Prefiro
o todo e não sua parte – os sistemas: seus problemas e antagonismos
Assim
diz a voz do que clama num mundo fragmentado de sistemas: Os sistemas: são
apenas sistemas de uma época, e como toda época pressupõe um sistema, aquele
qual e tal sistema que prevalecer, será o portador da salvação. Continua a voz:
mais como vocês podem ver: sistemas são apenas sistemas, fundidos na história
através das religiões, das filosofias, ciências, políticas, economias, etc. E
que dada por uma necessidade última, foram criadas para atender e responder todas
as necessidades (últimas) que abarcam toda existência humana.
Como
saber se qual e tal é o sistema verdadeiro: se todos na prática, em seu sentido
amplo, isto é, institucional, foi um fracasso, no sentido existencial, ou seja,
nas esferas da vida? Todos os sistemas hoje, são vozes que se perdem no mundo,
numa sociedade alienada de si, do outro, da vida, em sua forma exterior e
interior, pela fragmentação e decomposição do todo pela parte. Todos os
sistemas, mesmo dada a sua abrangência e atemporalidade (pelo menos é o que pressupõem
alguns), são respostas que refletem sua época, seu espírito temporal. Toda
predição que se tem ideia, seja ela, em sua forma religiosa ou não: está
condicionada a um determinado tempo e época, em que tal profecia foi anunciada,
isto é, uma profecia era uma resposta imediata, para o problema contextual
instalado. Não em sua forma cega, de um futuro, sem uma relação com o presente,
como nos fundamentalismos, oriundos dos sistemas.
Buscar
outro caminho é forçar o devir, a força criativa, o movimento impetuoso da vida,
em todas as suas dimensões e implicações existenciais. O “pneuma” que move o
mundo seja, na imanência, ou na transcendência; ou uma transcendência, por e na
imanência; ou o seu contrário, isto é, ou uma imanência, por e na
transcendência. Ambas são antagônicas,
quando separadas, vistas como partes, e não partes de um todo. Analisar o fenômeno
a partir de fragmentos, de partes, que constituem o todo, é: delimitar,
restringir, adoecer, afugentar a vida que se manifesta em relações, onde as
partes estão conectadas com o todo, e o todo, com suas partes, isto é: um só é um,
em sua relação com outro, este outro, o transcende por lhe ser exterior, mais
que lhe é semelhante, isto é: ligadas, dependentes de uma relação de
reciprocidade não a partir de fragmentações do todo, mais a partir do todo, que
é tudo aquilo que lhe está conectado. Isto é, tudo aquilo (as partes) que constituem
o todo.
Edson Pereira
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